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segunda-feira, 18 de maio de 2015

DOUTRINAÇÃO DE ESPÍRITOS

O QUE É DOUTRINAÇÃO DE ESPÍRITOS?

Técnica criada por Allan Kardec, jamais uma imposição, nem a violência das práticas assustadoras do exorcismo. É o esclarecimento dos Espíritos que perturbam pessoas presentes ou ausentes à reunião mediúnica. Trata-se de uma técnica persuasiva, tipicamente psicológica, visando desviar da mente do Espírito perturbado uma ideia fixa, a que ele se apegou obstinadamente. Para tanto, o doutrinador deverá ter ascendência moral sobre o doutrinado. Jesus, quando diante de uma pessoa perturbada por algum espírito, doutrinava simultaneamente a ambos, aliviava-os, ao tempo que os aconselhava a não repetir o comportamento causador dessa perturbação. 

DOUTRINAÇÃO OBJETIVA
A doutrinação objetiva é desviar a orientação mental dos visitantes espirituais à reunião mediúnica, imantados ou fixados em idéias de: ódio / vingança / perversidade / fanatismo / lembranças da última vida / lembranças do corpo já desfeito / fixações negativas / situações aflitivas. 
Abaixo, condição em que se encontram alguns desses visitantes espirituais que são trazidos pelos protetores espirituais às reuniões mediúnicas: 
























CONCEITUAÇÃO GERAL
a. Em "Trabalhos Práticos de Espiritismo" (Edgard Armond) , Cap. IV, n.º 1 comenta: "doutrinar espíritos não é tarefa fácil e exige conhecimentos doutrinários bastante desenvolvidos; por outro lado é necessário possuir o doutrinador senso psicológico para poder captar com rapidez a verdadeira feição moral do caso que defronta e, em consequencia, encaminhar a doutrinação no devido rumo; como também é necessário possuir paciência e bondade, humildade e tolerância, porque somente com auxílio destas virtudes poderá ele enfrentar os casos difíceis da doutrinação de espíritos maldosos, zombeteiros e intelectuais empedernidos." b. Encontramos em "Missionários da Luz" (A.Luiz), Cap. 17, o mentor Alexandre esclarecendo: "ajudando as entidades em desequilíbrio, (os doutrinadores) ajudarão a si mesmos; doutrinando, acabarão igualmente doutrinados".
II - O GRUPO MEDIÚNICO NO CENTRO ESPÍRITA

II - O GRUPO MEDIÚNICO NO CENTRO ESPÍRITA

Pronto-Socorro e não Tribunal

A reunião mediúnica, inspirada no amparo fraterno do Cristianismo, não funciona como um tribunal de consciências, mas sim, um pronto-socorro espiritual. Os visitantes jamais deverão ser compelidos a desnudar seu íntimo ou confessar erros do pretérito, notícias essas seguidas de sérias reprimendas ou ácidas sentenças condenatórias, humilhantes. A caridade legítima, profunda, deverá sempre nortear tais encontros. Só assim, confiando à Justiça Divina o mecanismo competente de regeneração, poderemos ser verdadeiros seareiros da Caridade, com os ensinos de Jesus em nossos corações, pensamentos e palavras. Se na incomparável parábola da “mulher adúltera”, substituirmos uma pessoa, pela Humanidade, da qual fazemos parte, teremos certamente a diretriz da doutrinação...

Presença do público

As reuniões de educação mediúnica ou de desobsessão (ambas com doutrinação dos visitantes espirituais), são aconselhadas a serem realizadas no Centro Espírita, sem a presença do público. Explica-se: o grupo mediúnico é um todo, vibrando harmonicamente, sendo quase impossível que pessoas não preparadas devidamente, muitas delas apenas movidas por curiosidade, entreguem-se à indispensável concentração de apoio. Além disso, temos de considerar que o visitante espiritual, diante de platéia, muitas vezes sente-se vexado, indispondo-se ao diálogo, e nesse caso, como apropriar a doutrinação a um problema que não se conhece? Outras vezes, alguém do público pode estar jungido negativamente ao manifestante, e aí poderá ouvir impropérios ou ameaças, para o que não esteja com o devido preparo... Teremos, então, agravamento do problema entre ambos

III - O MÉDIUM DOUTRINADOR

O homem, desde os tempos primitivos, buscou ajuda material para seus propósitos — bons ou maus —, pedindo-a a personalidades (deuses) invisíveis. De várias formas e para diversos propósitos, o endereço das súplicas era sempre o mesmo: elementos da Natureza... Para deferimento, juras, adoração, promessas, presentes e até mesmo holocaustos. Muitas vezes, a ajuda solicitada visava o afastamento de entidades más, invisíveis também, mas que estavam a atormentá-lo. Sempre esse intercâmbio se deu através de alguém “especial”...

Intermediários dos dois Planos (o material e o espiritual) 

a. Primitivismo
XAMÃ: mago exorcista das religiões tradicionais da Ásia (o termo é também usado por certas sociedades da América do Norte, do Ártico e da África). Quando em transe, o xamã fica possuído por espíritos que falam e agem por seu intermédio e aí pratica adivinhações e curas. 
b. Judaísmo
Cabalista: pessoa versada na cabala judaica, praticante do exorcismo judeu, para afastar o díbuki — alma penada que perturba as criaturas humanas.
c. Catolicismo
Exorcista: Clérigo que pela prática religiosa expulsa o demônio que está com alguém.
d. Populismo
Esconjurador: aquele que presta juramento com imprecação (maldição) - Benzedeiro: aquele que livra as pessoas de males ocultos que as afligem.
e. Idade Média
Mago negro/Feiticeiro: aquele que se vale do concurso de maus espíritos para ação malévola sobre homens, sobre animais ou sobre plantas (colheitas). 
f. Tribos indígenas
Pajé: o chefe espiritual, com funções duplas: de feiticeiro/esconjurador (para maldições) ou de curandeiro (curas por meio de rezas e rituais secretos) OBS: Pajelança: Benzedura (para curar) pelos pajés da Amazônia.
g. Religiões afro-brasileiras
Pai-de-santo: aquele que define o “despacho” ou Ebó (oferenda a entidades, Orixás), buscando proteção ou benefícios. Também pode ter finalidades malévolas.
h. Espiritismo
Médium doutrinador: aquele que, numa reunião mediúnica, presta esclarecimentos evangélicos aos Espíritos comunicantes - no caso, Espíritos necessitados. 
— Seria o mesmo que “evangelizador” ou ainda “esclarecedor”?
— Pelo hábito enraizado na maioria dos C.E., nada impede que os médiuns doutrinadores sejam também chamados de "evangelizadores" ou "esclarecedores", posto que sua atividade engloba todos esses aspectos do auxílio fraterno aos Espíritos necessitados, trazidos à reunião mediúnica.



 















Como vimos, nas práticas religiosas, sempre houve “expulsão” das entidades julgadas responsáveis por malefícios; já no Espiritismo, ocorre o contrário: tais entidades são atraídas, com fraternidade, devidamente esclarecidas e encaminhadas a novas etapas evolutivas.

Doutrinadores: equipe

ANDRÉ LUIZ, em “Desobsessão”, refere-se a “equipe de esclarecedores”. Na reunião mediúnica, e em particular na doutrinação, a chave do sucesso está no trabalho coletivo do grupo e na diversidade dos médiuns que o compõem. Em não poucos C.E. o que se nota é a existência de apenas um doutrinador. Naturalmente, o coordenador da doutrinação espiritual deverá ser mesmo o dirigente da reunião mediúnica, contudo, não será aconselhável que ele — e apenas ele — doutrine a todos os visitantes espirituais necessitados, pois, se houver uma eventualidade com algum dos médiuns, como ele poderá atender a tal emergência, estando ocupado? Outro não é o motivo pelo qual o dirigente da reunião mediúnica, de preferência, não deve entregar-se ao labor da mediunidade psicofônica.

Doutrinar não é o mesmo que evangelizar

Encontramos em “DOUTRINAÇÃO”, de Roque Jacintho: 
a) DOUTRINAR Transmissão paciente de informações curtas e exatas sobre as razões da vida, os motivos das encarnações, o destino de todos os homens, a estação de harmonia que aguarda a passagem de nossa vontade, os trabalhos que nos compete realizar, os esforços indispensáveis para a reformulação interior. Doutrinar, enfim, é ensinar o Cristianismo-Redivivo. 
b) EVANGELIZAR Evangelizar é demonstrar, por exemplos, um sol de amor em nossa alma, que fará emergir uma alvorada de bem-estar nos Espíritos endurecidos, derretendo a crosta em que se encasulam. Assim, a diferença fundamental entre doutrinar e evangelizar será: 
- Doutrinação: é ilustração mental, exigindo amplos conhecimentos da doutrina. Após serem doutrinados, os Espíritos tomam rumos diversos. 
- Evangelização: é demonstrar, ao vivo, como vivemos aquilo que aconselhamos. Os Espíritos seguem-nos, com autorização Divina, recolhendo sementes do nosso comportamento no Bem e no Amor, às vezes, por dias seguidos... 
Vejamos em "O Consolador", na Q.237, a opinião do Espírito EMMANUEL: 
- Existe diferença entre doutrinar e evangelizar? 
- “Há grande diversidade entre ambas as tarefas: para doutrinar, basta o conhecimento intelectual dos postulados do Espiritismo; para evangelizar, é necessário a luz do amor íntimo". 










Formação

Em princípio, devemos considerar que a tarefa do médium doutrinador pode desenvolver-se junto a encarnados e desencarnados, estes, nas reuniões mediúnicas. 
A formação e posterior designação de novos doutrinadores devem estar a cargo da Diretoria do C.E., que antes de fazer o convite, já terá observado aqueles que eventualmente têm essa propensão e capacidade doutrinária. Só aí, então, consulta-os se são voluntários. 

Patrimônio moral

Para ser doutrinador, além de estudo permanente do Espiritismo, e de treinamento, são fundamentais: - doação de amor 
- sentimento de tolerância 
- paciência - pontualidade 
- assiduidade 
Tais sentimentos, transmitem bondade, segurança e humildade. 

Treinamento 

Será útil que os doutrinadores, antes da tarefa, realizem algumas exposições doutrinárias no Curso de Médiuns, obedecida a respectiva escala de aulas daquele Curso, ou nas palestras evangélicas públicas. Normalmente, o responsável pelo Curso de Médiuns indica os nomes para aprovação da Diretoria. Dessa forma, demonstrarão não só seu desembaraço, como principalmente sua capacidade de dialogar, possibilitando um melhor ajuizamento de como procederão quando recepcionarem os Espíritos visitantes. Se aprovados, aí então serão confirmados na sublime tarefa do esclarecimento cristão.

Obras para estudar e obras para ler 

a. Obras para estudar:
- “O Livro dos Médiuns” - Allan Kardec 
- "Desobsessão" - Espírito André Luiz 
- "Diálogo com as Sombras" - Hermínio C. Miranda 
- "Doutrinação" - Roque Jacintho 
- “Diretrizes de Segurança” - Divaldo Franco e Raul Teixeira 
- “Como doutrinar os Espíritos”- Vanderley Pereira

b. Obras para ler:
- "Instruções Psicofônicas" - (Espíritos diversos) 
- "Painéis da Obsessão" - Manoel P. de Miranda

Fé inabalável

O estudo permanente do Espiritismo, bem como um sincero desejo de auxiliar aos encarnados que buscam o C.E. e os visitantes espirituais em estado de necessidade que para ali são conduzidos pelo Amor do Pai, propiciarão ao médium doutrinador salutar contato intuitivo com os Espíritos evoluídos. Quanto mais inabalável sua fé na proteção da Espiritualidade amiga, mais o esclarecimento fluirá, prosperando pois o auxílio aos dele necessitados.

IV - COMO DOUTRINAR UM ESPÍRITO 

Procedimentos iniciais

Em primeiro lugar, formar um clima fraternal com os componentes do C.E. e particularmente com os componentes da reunião mediúnica em que age. Em segundo lugar, o entendimento de que o espírito comunicante necessitado é enfermo, carente de auxilio, devendo ser tratado como um amigo querido.
A título de vigilância, recomenda-se reunião periódica dos médiuns esclarecedores, para que em grupo analisem sua tarefa, discutindo meios de melhor desempenhá-la, à luz do Evangelho de Jesus.

O dirigente da reunião mediúnica

Por sua devoção, conhecimento do Espiritismo e conduta moral irrepreensível, o dirigente encarnado é bastante intuído pelos Espíritos protetores. Normalmente, na reunião mediúnica age como doutrinador e coordenador dos demais doutrinadores. Sendo o elemento-terra, mediador entre o material e o espiritual, vigilante atento a tudo o que se passa na reunião, antena viva dos Espíritos amigos, será prudente e mesmo aconselhável que o dirigente na reunião mediúnica não seja psicofônico, ou que não exercite tal mediunidade, nas reuniões em que seja o responsável. Só em consciência plena poderá desempenhar sua tarefa, a bem da disciplina geral, dentro das normas codificadas por Allan Kardec. Essencialmente, diante de quaisquer impasses, o dirigente deverá ser pacificador.

Fraternidade instantânea 

Yvonne do Amaral Pereira presta importantíssima informação: “O doutrinador, intermediando fluidos dos Espíritos protetores, de súbito vê- se envolvido por sentimentos amorosos dirigidos ao Espirito necessitado, ou obsessor”. (“Devassando o Invisível”). 
— Em outras palavras: com a ajuda dos Espíritos protetores, o doutrinador, de imediato, estabelece empatia com o visitante espiritual. 
EMPATIA = Modo de conhecimento intuitivo de outrem, que repousa na capacidade de colocar-se no lugar do outro. 

Ouvir mais que falar

— Antes de mais nada, ouvir o interlocutor é uma questão de educação, que na reunião mediúnica é acrescida de caridade. O exemplo deve partir do esclarecedor. Assim, ouvir, em esclarecimento/doutrinação, é muito importante, sendo que uma pequenina regra, a título de sugestão, pode ser a seguinte: deixar o comunicante com 2/3 do tempo e o doutrinador com 1/3, aproximadamente; claro que isso não deve ser levado ao pé da letra, mas apenas como simples indicativo de procedimento quanto ao tempo; na verdade, muitos esclarecedores-doutrinadores, não deixam o comunicante se expressar, nem mesmo, terminar frases. 

Postura

É sempre aconselhável que o doutrinador se coloque diante do médium psicofônico, mantendo razoável distância, sem encostar-se nele. 
É inteiramente desaconselhável que o doutrinador toque no médium. 
O timbre de voz deverá ser equilibrado, suficiente para que todo o grupo ouça-o, e não apenas o visitante espiritual. A doutrinação é de efeito geral, para encarnados e desencarnados presentes... Não há necessidade de que o doutrinador feche os olhos. Precisa, isto sim, estar vigilante, olhando para seu íntimo — pensamentos e intuições —, mas também para as reações do médium, que de uma forma geral espelham as reações do visitante espiritual. 
O tratamento para com o visitante espiritual será sempre fraternal, respeitoso e sincero: tato psicológico, sem doçura sistemática (“irmãozinho querido...”), que soa falsa. 
Aliar raciocínio e sentimento à compaixão e lógica. 
Ouvindo, de início, identificará qual o problema e a qual sexo pertence o comunicante. Assim, direcionará os esclarecimentos para a melhor trilha evangélica.
















Apoio/participação de todos

Os médiuns que integram o grupo mediúnico, assistentes do doutrinador e do médium em atividade psicofônica, têm o dever de auxiliá-los com suas vibrações positivas. 
Ninguém é neutro numa reunião mediúnica. Assim, as emissões mentais dos assistentes da reunião, somam-se ao que está sendo dito, ajudando... ou perturbando. 
Ao invés de exigir intimamente doutrinações corretas e manifestações convincentes, os assistentes, sabendo que funcionam como médiuns de apoio ao intercâmbio mediúnico, ajustam seus pensamentos ao padrão da disciplina e da fraternidade, com o que doutrinador e doutrinado serão beneficiados: aquele, captando intuições dos Protetores, e este, assimilando o entendimento evangélico. 
O ideal será que permaneçam com pensamentos elevados e vibrando positivamente para o esclarecedor, com isso, não só sustentando a harmonia da reunião como também socorrendo aos desencarnados carentes. Chegada sua hora de exercitar a mediunidade, tal se dará com tranquilidade.

V O VISITANTE ESPIRITUAL 

Quem é 

— Há necessidade do esclarecedor inquirir do visitante espiritual seus dados pessoais? 
— De forma alguma. Deverá, sim, ouvi-lo atentamente para saber: 
a. o sexo a que pertence 
b. se está havendo animismo eventual do médium 
c. qual o tipo do problema 
d. qual a personalidade do comunicante (reincidente, suicida, homicida, se está mergulhado em loucura, vingança, vícios, paixões, se é simples zombeteiro, etc. etc.) 
Antes de mais nada, o doutrinador deverá considerar o visitante espiritual necessitado qual amigo ou parente querido, trazendo dificuldades em si mesmo, carente de compreensão e de apoio moral.  

 Identificação ou “cadastro completo”?...

Com a palavra, Martins Peralva, em “Estudando a Mediunidade”, referindo-se aos "desmanchadores" encarnados de Centros e de grupos espíritas. O autor cita várias condutas infelizes dos médiuns. Há alusão a doutrinadores que agem equivocadamente:
"mais se parecem com 'funcionários de cadastro' das organizações do mundo. Indagam, a todo o custo e sem qualquer objetivo edificante:
- o nome do comunicante 
- onde nasceu 
- em qual cartório será encontrado o seu registro de nascimento 
- em qual igreja poderá ser examinado o batistério 
- quanto ganhava no último emprego que ocupou na Terra 
- qual a penúltima cidade onde vive 
- nome da rua e a respectiva numeração, quem era o vizinho da direita 
- se o filho mais velho do vizinho da esquerda era aplicado nos estudos 
- se tinha boa caligrafia ... ".

VI AS MANIFESTAÇÕES MEDIÚNICAS

Visitante espiritual obstinado

— Geralmente os Espíritos necessitados têm ideia fixa em algo: vingança, ódio, dor, necessidades fisiológicas não satisfeitas, etc. A experiência mostrou-nos que na maioria dos casos a fixação é em vingança. Nesses casos, como livrá-los dessas fixações? 
— Toda vez que o comunicante, dessa forma, estiver com "ideia fixa" em algo, procurar descongestionar-lhe a tela mental, mostrando-lhe a existência de outros valores (morais, espirituais). As lições de Jesus são poderoso dissolvente dessas construções mentais.

Visitante espiritual empedernido

Quando surgirem casos difíceis, como resolvê-los? 
— Praticar em caráter excepcional: 
a. "Hipnose construtiva" 
Indução à recordação de lances específicos do seu drama, no passado, com o que muitas vezes — na maioria dos casos — aquele que ora se jactancia de ser vítima, compenetra-se de que, na verdade, é réu... OBS: Favor analisar, no “Apêndice” desta apostila, as considerações feitas sobre TVP (Terapia de Vidas Passadas).
b. Sonoterapia 
Aplicação de fluidos sonoterápicos, para que os socorristas espirituais possam reconduzi-lo a um Posto de Atendimento na Espiritualidade para que, ao despertar, ali permaneça, se assim optar;
c. Ideoplastia 
Projeção de quadros mentais proveitosos para esclarecimentos
d. Suprimentos Produção/fornecimento de alimentos, remédios, agasalhos, se se tratar de necessidade fisiológica aguda — fome, dores, frio — (e nesse caso, o ectoplasma dos médiuns será de grande valia aos Mentores Espirituais, na formação desses itens). OBS: — Quando apresentar-se um Espírito “sentindo falta” de bebida alcoólica, ofertar-lhe “um copo da água viva” aquela mesma que Jesus ofertou à samaritana na fonte de Jacó, assegurando que quem bebesse daquela água jamais teria sede e alcançaria a vida eterna (João 4:6-15).
Os Protetores se encarregarão de ideoplasma o vasilhame e a água, utilizando o ectoplasma doado pelos médiuns.

Visitante espiritual violento

Conduta a ser observada: 
O doutrinador deverá permitir desabafo, desinibindo o comunicante, respeitados: 
. a dignidade do ambiente 
. a integridade do médium 
. a disciplina do tempo.

EVITAR, NOS ESCLARECIMENTOS 
— Formação de clima competitivo: 
 . azedume, censura, ironia 
 . hilariedade . "duelo" verbal
 . alongar-se no falar.

VII OS VISITANTES ESPIRITUAIS E A OBSESSÃO

— Como auxiliar os visitantes espirituais envolvidos em situações obsessivas e quais as situações mais rotineiras? 
— Em primeiro lugar, no auxílio a esses infelizes irmãos, lembrar-se o esclarecedor, de Jesus, socorrendo-se, para assim poder melhor socorrê-los. 
As lições do Cristo são sempre a melhor direção para encaminhar o esclarecimento. 
Quanto às diversas situações dos Espíritos necessitados que se apresentam nas reuniões mediúnicas geralmente enquadram-se numa das seguintes tramas:

Fixação em idéias de vingança 

— Estão presentes na maioria dos casos em desobsessão. 
 A prática demonstra que muitos comunicantes, estão fixados em idéias de vingança, sempre julgando-se vítimas. Considerações sobre a Justiça Divina poderão demovê-los de tal propósito, se entenderem que na verdade são réus (da própria consciência), pois que as vidas sucessivas registram débito seu, similar ou até mais grave ...

Mergulhado em casos passionais

— Os casos passionais encontram esclarecimento seguro nas vertentes da reencarnação. Ao que traz em si mesmo a paixão desvairada, possessiva, deverá ser-lhe esclarecido que, de futuro, os envolvidos, já em harmonia, estarão aproximados, rumo à Evolução e à Eternidade. 
OBS: Lembrar que o lar — instituto Divino — reúne, em diversos graus de parentesco, criaturas que se amam, mas também criaturas em desalinho fraternal, este último, reflexo de atos de vidas anteriores.

O obsessor acusa o doutrinador

Assim como o doutrinador procura apresentar verdades evangélicas para o obsessor, este, em alguns casos, põe a descoberto defeitos daquele... Isso porque, como desencarnado, ele nos observa com muito mais profundidade, captando nossas falhas atuais e mesmo do nosso passado. Só há um recurso produtivo: a humildade! Reconhecer nossa imperfeição, mas demonstrar como estamos em luta com nossos defeitos, pelo que merecemos apoio e respeito, assim como o estamos respeitando e apoiando, nas suas dificuldades.

O obsessor adota o silêncio total

Esgotadas as boas-vindas fraternais sem respostas e as técnicas psicológicas de estímulo ao diálogo, sem manifestação do visitante espiritual, cujas reações demonstrem não se tratar de entidade que desencarnou na condição de mudo, será aconselhável que o doutrinador transfira o auxílio para a equipe espiritual. Informar ao visitante que quando ele mudar a predisposição ao silêncio, que retorne, pois será sempre bem-vindo.

OBS: Quando tratar-se de Espírito que desencarnou como mudo, fato que os gestos, trejeitos e sinais expressarão, deverá ser esclarecido que foi trazido ali, para libertar-se daquela inibição.

VIII SITUAÇÕES DIVERSAS 

Visitante espiritual desconhece própria morte

— Testemunhamos em alguns C.E. os médiuns esclarecedores atenderem Espíritos infelizes em reuniões mediúnicas, logo declarando-lhes que “estão mortos, que não mais precisam de comida, que não mais têm corpo físico” etc. Médiuns esclarecedores evitem agir assim, informando aos comunicantes que o desconheçam, que já desencarnaram. Varias são as recomendações que configuram como falta de caridade tal procedimento, se indiscriminado. Vejamos algumas dessas recomendações:
- O Espírito André Luiz, em "Instruções Psicofônicas" (Manifestação n.46), diz textualmente: 
"Não fale da morte ao Espírito que a desconhece, clareando-lhe a estrada com paciência, para que ele descubra a realidade por si próprio"
- Roque Jacintho, em "Doutrinação" (Capítulo “Morte”), enfatiza que por vezes o doutrinador considera benéfico acordar de súbito para a realidade - morte - aos Espíritos que desconhecem que já morreram; não raro, como o visitante espiritual duvida, convida-os a uma regressão e visita aos despojos, no cemitério onde foram enterrados. Adverte que, amiúde, a loucura é a resultante naqueles pobres Espíritos.
- Divaldo Franco, médium de renome mundial, na questão n° 62 de “Diretrizes de Segurança”, responde essa questão: 
“Há que perguntar-se, quem de nós está em condições de receber uma notícia, a mais importante da vida, como o é a da morte, com a serenidade que seria de esperar? Não podemos ter a presunção de fazer o que a Divindade tem paciência no realizar. Essa questão de esclarecer o Espírito no primeiro encontro é um ato de invigilância, e, às vezes, de leviandade, porque é muito fácil dizer a alguém que está em perturbação: Você já morreu! Dizer a alguém que deixou a família na Terra e foi colhido numa circunstância trágica, que aquilo é a morte, necessita de habilidade e carinho, preparando primeiro o ouvinte, a fim de evitar-lhe choques, ulcerações da alma. A nossa tarefa não é a de dizer verdades, mas, a de consolar porque, dizer simplesmente que o comunicante já desencarnou, os Guias também poderiam fazê-lo. Acrescenta Divaldo que tal informação ao Espírito, sem adequada preparação “será perturbá-lo, prejudicá-lo gravemente, criando embaraços para os Mentores Espirituais”. 
— Vamos repetir a recomendação do Espírito André Luiz: “diante de um Espírito que desconheça já haver desencarnado, o esclarecedor poderá, com tato e muita cautela, induzi-lo a descobrir, por si, tal condição”.

Apegado a bens materiais 

— Toda vez que o comunicante estiver apegado em algum bem material (casa, dinheiro, fazenda, jóia, empresa, etc.), tal apego não deve simplesmente ser-lhe subtraído.
Troca: poderá ser-lhe ofertada troca por bens espirituais, de duração eterna, muito mais valiosos e que produzem maiores rendimentos dos que até então vinha recebendo.
Exemplos de bens espirituais: convidar o comunicante a participar de atividades socorristas, lembrando que Jesus declarou que o auxílio aos necessitados a Ele seriam creditados...

Encarnados: Identificação e doutrinação 

— Como doutrinar um visitante espiritual (Espírito), encarnado? Raramente acontece de um Espírito encarnado, necessitado, comparecer à reunião mediúnica. Isso ocorre durante o sono do encarnado. Mas também pode ocorrer nos diversos casos de desdobramentos espirituais, de que a literatura espírita é rica. No caso, deve ser doutrinado normalmente. Em “A Loucura sob novo prisma”, do Dr. Adolfo Bezerra de Menezes, é citado o caso de uma reunião de desobsessão, onde um Espírito encarnado recusou-se a perdoar um desencarnado...
OBS: Eis aí, um caso de obsessão “encarnado x desencarnado”. 
— Como o doutrinador identifica se o visitante é desencarnado ou não? 
— Aqui é fundamental a experiência e a intuição do doutrinador. Léon Denis cita um caso, em “No Invisível”, 2ªParte, Cap XII, de um Espírito encarnado, alcoólatra, que por três anos consecutivos manifestava-se na reunião mediúnica, sendo difícil distingui-lo dos demais, desencarnados

Suicidas: como doutriná-los - cautela com a indução!

Considerando o intenso sofrimento desses irmãos, apresentam-se eles ensandecidos à reunião, dementados mesmo, carecendo muito mais de socorro urgente do que de doutrinação, propriamente dita. Nesse caso, o passe será a terapia indicada. Os esclarecimentos evangélicos poderão acontecer em outras reuniões.
OBS: Que os médiuns em geral se acautelem quanto ao suicídio, não tanto por tendência própria, mas muito principalmente por indução... No livro “Instruções Psicofônicas” há narração (a de n° 23) pungente de um doutrinador de Belo Horizonte/MG que, em 1949, espantou a todos os seus amigos de lides espíritas ao suicidar. “Sem razões plausíveis”, confessou, “envolveu-me esgotamento e um nevoeiro mental, aprisionando-me a antigos inimigos, que sutilmente insuflaram-me o auto-homicídio, a que não resisti...”.

Ameaçadores - O doutrinador e o medo...

O doutrinador, em seus encontros mediúnicos de enfermagem, não deve agasalhar o medo, em nenhuma circunstância e por razão alguma. O Espírito visitante, julgando-se mais forte do que aquele que o cumprimenta amavelmente (o doutrinador que o recepciona), dispõe-se a fazer ameaças:
— Você me paga... tenho poderes que você desconhece... 
— Pode esperar: estarei ao seu lado, vendo seus fracassos...
— Você não sabe com quem está lidando... eu me vingarei...
— Pare de se intrometer comigo, senão...
O medo desorganiza o psiquismo e abre portas íntimas para incursões umbralinas. Daí que o doutrinador jamais deverá se impressionar com tais ameaças, vez que, pela Fé, conhecendo a Verdade, sabe que o Bem é obra de Deus, que protege seus auxiliares, verdadeiros apóstolos da Caridade. A reunião mediúnica não é palco nem para competição, menos ainda para demonstração de superioridade...

IX OCORRÊNCIAS DURANTE A REUNIÃO

Passe no visitante espiritual

Não há impedimento, desde que tal não se transforme em rotina. Nesses casos, a iniciativa deverá sempre partir do doutrinador, quando sentir tal necessidade, em favor não só da entidade comunicante, mas também do médium. Na eventualidade de outro médium manifestar algum desconforto, aí caberá exclusivamente ao dirigente da reunião providenciar o atendimento necessário, que poderá ser mesmo um passe, ministrado por ele próprio ou por outro médium, que ele indicar. Citado desconforto pode ser resultado da simbiose espiritual que se estabelece entre psicofônico e Espírito comunicante. Tal sequela, geralmente desaparece com um passe. Contudo, se um mal-estar físico evidenciar-se e permanecer, o médium deverá ser retirado da reunião e encaminhado para socorro adequado, médico, se necessário.

Preces durante a doutrinação 

Além das preces de abertura e encerramento da reunião, nada objeta que o que o doutrinador faça preces, no curso da doutrinação. Naturalmente, isso não deverá se transformar em rotina, visto que aí teríamos a probabilidade de tal se igualar a cansativas ladainhas ou rogatórios, condicionantes e viciantes.

Animismo de algum médium 

O animismo, em si, não representa um desvirtuamento da mediunidade, mas sim, uma volta dos sentimentos do médium ao seu passado, trazendo dali as impressões que vivenciou. O transe mediúnico possibilita mesmo tais acontecimentos, mas tanto o doutrinador, quanto o médium, isso identificando, para logo providenciarão que não mais se repita. O estudo permanente será a ferramenta ideal. Nesse ponto entra a autoridade do dirigente da reunião mediúnica, que com bondade alertará sobre a inconveniência de tal ocorrência, vez que o objetivo é atender aos Espíritos necessitados, trazidos pelos Protetores. — Qual o procedimento do esclarecedor diante de um médium que na reunião mediúnica talvez esteja vivenciando o fenômeno do animismo? — Considerando que no hoje chamado animismo é o Espírito do próprio médium que se manifesta, muitas vezes pela liberdade que o transe mediúnico oferta, como dissemos, o esclarecedor deverá seguir o que Kardec aconselha: “estudar longamente e meditar no que está sendo dito ou escrito” para então aquilatar o conteúdo, bem como a origem — se do médium ou de outros Espíritos (“O Livro dos Médiuns, Cap. XIX, n° 223, itens 1 a 5). Em “Palavras de Luz”, Divaldo Franco sugere: “O doutrinador pode descobrir quando ocorre o animismo, se conviver com o médium. Todos temos fixações, vícios de linguagem. Pela repetição e modismos exaustivos, o fenômeno não é mediúnico, e sim, anímico”.

Mistificação de algum médium 

— Há como determinar a mistificação mediúnica?
— Sim, ainda segundo Kardec, na mesma fonte que trata do “animismo”: sempre em razão da análise profunda e sincera daquilo que o médium expressa, seja pela psicofonia, psicografia (mensagens apócrifas), vidência, etc.
— No caso da mistificação mediúnica podemos encontrá-la sob dois matizes: o primeiro, será quando o próprio médium, conscientemente, tenta impingir conceitos e verdades que lhe escapam à competência, moral e intelectual; e no segundo, quando Espíritos infelizes servem-se de médiuns invigilantes para idêntico procedimento. Em ambos os casos, caberá ao esclarecedor agir com bondade, mas com energia, advertindo o médium que assim procede, liberando-o de tais equívocos. Óbvio que somente o doutrinador estudioso estará devidamente capacitado a identificar a infeliz ocorrência.
Obs: No “O Livro dos Médiuns”, Cap. XXXI, encontraremos Kardec, como sempre alerta, lúcido e extremamente racional, analisando meticulosamente diversas mensagens expressas por Espíritos que se intitularam “Vicente de Paulo, Napoleão, Jesus”... Não aceitou nenhuma delas! Registrou-as, tão somente para que servissem de parâmetro à posteridade, onde a reflexão, a lógica e a pureza evangélica, demonstrariam como separar o joio do trigo, isto é, que atitude tomar diante de comunicações mediúnicas tidas como originárias de Espíritos evoluídos. 

Auto-reforma instantânea... 

— Resultados (santificação), em apenas alguns minutos?! Em "Entre a Terra e o Céu" (A.Luiz), Cap. XXII, o Ministro Clarêncio consigna que "nem sempre doutrinar será transformar", referindo-se à dificuldade em conseguir modificar uma alma, não sendo tão difícil falar à inteligência. O doutrinador sabe que a obra de aprimoramento espiritual é serviço de séculos. Sabe, por seus estudos, intuição e quiçá por experiência própria... Assim, quando um Espírito, após concluída a doutrinação, afirme arrependimento pleno e definitivo, isso até pode ser sincero, mas não traduz verdade integral. Talvez esse visitante esteja tentando desembaraçar-se de quem o importuna, no caso, o doutrinador... Assim como não há colheita prematura, a transformação moral de todos nós, doutrinadores e doutrinados, leva tempo de amadurecimento. Esse entendimento impedirá que o doutrinador, afoito, exija transformações santificantes, rápidas... Tem sido rotina que um mesmo Espírito compareça repetidas vezes no grupo que o acolheu, demonstrando sua melhora, passo a passo. Não raro, também, a partir de algum tempo, pede para ser um colaborador da equipe. Se for atendido, com o deferimento partindo dos Espíritos protetores, teremos aí a certeza da auto-reforma daquele irmão, alegrando nosso coração, por termos sido instrumentos do Amor de Deus na recuperação de alguém.

ENCERRAMENTO DA REUNIÃO

Aviso de término

Visando a disciplina, o dirigente da reunião alertará aos demais médiuns, que em alguns instantes as manifestações serão encerradas. Com isso, os psicofônicos evitarão novas manifestações, cumprindo-se o horário pré-estabelecido.
Considerar, no entanto, que após o término da reunião mediúnica o Plano Maior permanece em atividade...

Encerramento material e encerramento espiritual... 

Para o encerramento é recomendável uma prece, ditada por um dos médiuns presentes, por indicação do presidente da reunião. No entanto, nem sempre o encerramento da reunião, no plano material, significa que ocorre o mesmo, no espiritual. Raul Teixeira, em “Correnteza de Luz”, informa que “durante os labores desobsessivos, os Seareiros do Bem costumam levar para os locais de trabalho aparatos fluídicos os mais variados para o atendimento de uma infinidade de problemas apresentados por desencarnados em tormenta. Muitos sofredores invisíveis têm necessidade de permanecer no mesmo ambiente das reuniões, após a lide formal, sendo inúmeras vezes atendidos de modo mais direto e profundo pelos componentes da equipe quando desdobrados pelo sono comum”
OBS: Eis aí a justificativa da necessidade dos médiuns deixarem o recinto mediúnico com muito respeito e silêncio.

Manifestação após reunião encerrada...

Nesse caso estaremos diante de desajuste do visitante espiritual... e do médium. O dirigente da reunião, com presteza, bondade, mas também com energia, deverá desestimular tal ocorrência, convidando o Espírito a se retirar e retornar, num momento aconselhável, a critério dos Espíritos Benfeitores. Obviamente, tal médium também deverá ser convidado a retomar a disciplina da sua mediunidade, evitando repetição dessa inconveniência.

Obras consultadas






Um comentário:

  1. Boa noite Amigo!
    Material de exelente qualidade e criatividade!
    O amigo disponibilizaria para uma apresentação?
    Amílcar Caldas! e-mail amilcaroliveira1@hotmail.com ou amilcsr.caldas2@gmail.com tel 71 992382832

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