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domingo, 10 de maio de 2015

Prática - Conteúdo: Exercícios sobre prece

> Identificar a importância da prece, no início e no término de uma reunião espírita.
> Exercitar a maneira correta de orar.

O exercício da prece visa a conduzir o participante a incorporar em sua formação doutrinária o hábito salutar de orar, não apenas nas reuniões espíritas, mas em todos os momentos da sua vida.
Para que ele aprenda a orar, segundo a orientação do Espiritismo, o exercício pode ser assim conduzido:

1º) Na primeira aula deste Módulo, devem ser dadas explicações gerais sobre a prece e sobre a maneira correta de orar.
2º) Em todas as reuniões deste programa, a partir desta primeira aula, os integrantes da reunião terão a oportunidade de exercitar a maneira correta de orar.
3º) É importante a participação de todos nos exercícios, a fim de que aprendam a vencer as inibições naturais e se habituem a orar em público.

PRECE: IMPORTÂNCIA, BENEFÍCIOS E MANEIRA CORRETA DE ORAR
Rever, se necessário, o roteiro 4 deste Módulo.

1. A prece do publicano e do fariseu (Lucas, 18: 9-14). A maneira correta de orar.

Também disse esta parábola a alguns que punham confiança em si mesmos, como sendo justos, e desprezavam os outros: “Dois homens subiram ao templo para orar, um era fariseu, publicano o outro. O fariseu, conservando-se de pé, orava assim, consigo mesmo: Meu Deus, rendo-vos graças por não ser como os outros homens, que são ladrões, injustos e adúlteros, nem mesmo como este publicano. Jejuo duas vezes na semana; dou o dízimo de tudo o que possuo. O publicano, ao contrário, conservando-se afastado, não ousara, sequer, erguer os olhos ao céu; mas, batia no peito, dizendo: Meu Deus, tem piedade de mim, que sou pecador. Declaro-vos que este voltou para a sua casa, justificado, e o outro não; porquanto, aquele que se eleva será rebaixado e aquele que se humilha será elevado”.

Roteiro:
• Entregar aos participantes cópias da passagem evangélica para leitura.
• Propor troca de idéias, em plenária, analisando a postura orgulhosa e vaidosa do fariseu e a posição humilde e reverente do publicano, perante Deus.
• Correlacionar a mensagem do texto evangélico com a maneira correta de orar, segundo o Espiritismo.

2. A prece de Francisco de Assis. Importância da prece e a maneira correta de orar.

Senhor!
Fazei-me um instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio que eu leve o amor;
Onde houver ofensas que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia que eu leve a união;
Onde houver dúvidas que eu leve a fé.
Onde houver erros que eu leve a verdade;
Onde houver desespero que eu leve a esperança
Onde houver tristeza que eu leve a alegria;
Onde houver trevas que eu leve a luz.
Oh, Mestre!
Consolar que ser consolado,
Compreender que ser compreendido,
Amar que ser amado.
Pois é dando, que se recebe,
É perdoando, que se é perdoado,
E é morrendo que se vive para a Vida Eterna...

Roteiro:
• Projetar a prece de Francisco de Assis, lendo-a em voz alta.
• Promover a troca de idéias, em plenária, sobre os sentimentos que esta prece proporciona.
• Identificar a importância da prece e a maneira correta de orar, segundo o Espiritismo.
• Convidar a turma a cantar a prece.

3. A prece de Ismália (André Luiz / Francisco C. Xavier: Os Mensageiros, cap. 24). Conceito e benefícios da prece, maneira correta de orar.

Senhor! — começou Ismália, comovidamente — Dignai-nos assistir os nossos humildes tutelados, enviando-nos a luz de vossas bênçãos santificantes. Aqui estamos, prontos para executar vossa vontade, sinceramente dispostos a secundar vossos altos desígnios. Conosco, Pai, reúnem-se os irmãos que ainda dormem, anestesiados pela negação espiritual a que se entregaram no mundo. Despertai-os do sono doloroso e infeliz. Acordai-os para a responsabilidade, para a noção dos deveres justos!... Magnânimo Rei apiedai-vos de vossos súditos sofredores.
Criador compassivo, levantai as vossas criaturas caídas: Pai justo, desculpai vossos filhos desventurados! Permiti caia o orvalho do vosso amor infinito sobre o nosso modesto Posto de Socorro!... Seja feita a vossa vontade acima da nossa, mas se possível, Senhor, deixai que os nossos doentes recebem um raio vivificante do sol da vossa bondade!...
Temos, ao nosso lado, Senhor, infortunadas mães que não souberam descobrir o sentido sublime da fé, resvalando, imprudentemente, nos despenhadeiros da indiferença criminosa; pais que não conseguiram ultrapassar a materialidade do curso da existência humana, incapazes de ver a formosa missão que lhes confiastes; cônjuges desventurados pela incompreensão de vossas leis augustas
e generosas; jovens que se entregaram, de corpo e alma, aos alvitres da ilusão!...
Muitos deles atolaram-se no pantanal do crime, agravando débitos dolorosos!
Agora dormem, Pai, à espera de vossos desígnios santos. Sabemos, contudo, Senhor, que este sono não traduz repouso do pensamento... Quase todos os nossos asilados são vítimas de terríveis pesadelos, por terem olvidado, no mundo material, os vossos mandamentos de amor e sabedoria. Sob a imobilidade aparente, movimenta-se-lhes o Espírito, entre aflições angustiosas que, por vezes, não
podemos sondar. São eles, Pai, vossos filhos transviados e nossos companheiros de luta, necessitados de vossa mão paternal para o caminho! Quase todos se desviaram da senda reta, pelas sugestões da ignorância que, como aranha gigantesca dos círculos carnais, tece os fios da miséria, enredando destinos e corações! Deprecando vossa misericórdia para eles, rogamos, igualmente para nós, a verdadeira noção de fraternidade universal! Ensinai-nos a transpor as fronteiras de separação para que vejamos em cada infeliz o irmão necessitado do nosso entendimento! Ajudai-nos a compreensão, a fim de que venhamos a perder todo impulso de acusação nas estradas da vida! Ensinai-nos a amar como Jesus nos amou! Também nós, Senhor, que aqui vos rogamos, fomos leprosos espirituais, cegos de entendimento, paralíticos da vontade, filhos pródigos do vosso amor!... Também nós já dormimos, em tempos idos, nos Postos de Socorro da vossa misericórdia!... Somos simples devedores, ansiosos de resgatar débitos!
Sabemos que vossa bondade nunca falha e esperamos confiantes a bênção de vida e luz!...

Roteiro:
• Dividir a turma em pequenos grupos.
• Entregar aos participantes cópias do texto para leitura e troca de idéias.
• Pedir aos participantes que façam a seguinte tarefa: 
a) um grupo retira do texto o conceito de prece, segundo o Espiritismo; 
b) outro grupo identifica o pedido e o louvor existentes na prece; 
c) um terceiro grupo analisa os sentimentos e a postura de Ismália no momento da oração; 
d) um quarto grupo indica os possíveis benefícios produzidos pela prece.
• Ouvir os relatos dos representantes dos grupos, em plenária, esclarecendo possíveis dúvidas.

4. Pai Nosso – a prece ensinada por Jesus (Mateus, 6:9-13). Conceito de prece, maneira correta de orar, elementos de uma prece.

Pai Nosso que estás nos céus, santificado seja o vosso Nome!
Venha a nós e ao vosso Reino!
Que seja feita a vossa Vontade, aqui na Terra como em todo universo.
O pão nosso de cada dia dá-nos hoje e sempre.
Perdoa-nos as nossas dívidas  na medida em que souber-mos perdoar aqueles nos devem.
Não nos deixes cair em novas nem em velhas tentações mais lhivra-nos de todo mal.
Porque teu será sempre o reino, o poder, a gloria e a paz.

Roteiro:
• Dividir a turma em seis grupos ou duplas.
• Entregar-lhes cópias do Pai Nosso e exemplares de O Evangelho segundo o Espiritismo.
• Esclarecer que cada dupla deve ler e, em seguida, resumir uma parte da análise que Kardec fez desta prece (veja, no Evangelho segundo o Espiritismo, o item 2, do capítulo XXVIII, partes I a VI, p. 388 a 393).
• Em seguida, pedir aos grupos que indiquem um relator para apresentação do resumo, em plenária.
• Identificar o significado de prece, a maneira correta de orar e os elementos constituintes de uma prece (louvar, pedir e agradecer) segundo os ensinamentos de Jesus, à luz do entendimento espírita.

Atividade complementar
Resumo Informativo

> Realizar resumo informativo das obras espíritas selecionadas.
> Fazer sua apresentação em dia, hora e local pré-estabelecidos.

O resumo informativo das obras espíritas, abaixo relacionadas, deve seguir as Considerações Gerais para a realização das atividades complementares.

RESUMO INFORMATIVO DE:

A Gênese, de Allan Kardec.
• Capítulo X: Gênese Orgânica. Itens 1 a 30.
• Capítulo XIV: Os Fluidos. Itens 1 a 49.

O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, 2ª Parte.
• Capítulo I: Da ação dos Espíritos sobre a matéria. Itens 52 a 59.
• Capítulo II: Das manifestações físicas - Das mesas girantes. Itens 60 a 64.
• Capítulo III: Das manifestações inteligentes. Itens 65 a 71.
• Capítulo IV: Da teoria das manifestações físicas. Itens 72 a 81.
• Capítulo V: Das manifestações físicas espontâneas. Itens 82 a 99.
• Capítulo VII: Da Bicorporeidade e da Transfiguração. Itens 114 a 125.

ADVENTO DO ESPÍRITO DE VERDADE

Venho, como outrora aos transviados filhos de Israel, trazer-vos a verdade e dissipar as trevas. Escutai-me. O Espiritismo, como o fez antigamente a minha palavra, tem de lembrar aos incrédulos que acima deles reina a imutável verdade: o Deus bom, o Deus grande, que faz germinarem as plantas e se levantem as ondas.
Revelei a doutrina divinal. Como um ceifeiro, reuni em feixes o bem esparso no seio da Humanidade e disse: Vinde a mim, todos vós que sofreis. 
Mas, ingratos, os homens afastaram-se do caminho reto e largo que conduz ao reino de meu Pai e enveredaram pelas ásperas sendas da impiedade.
Meu Pai não quer aniquilar a raça humana; quer que, ajudando-vos uns aos outros, mortos e vivos, isto é, mortos segundo a carne, porquanto não existe a morte, vos socorrais mutuamente, e que se faça ouvir não mais a voz dos profetas e dos apóstolos, mas a dos que já não vivem na Terra, a clamar: Orai e crede! Pois que a morte é a ressurreição, sendo a vida a prova buscada e durante a qual as virtudes que houverdes cultivado crescerão e se desenvolverão como o cedro.
Homens fracos, que compreendeis as trevas das vossas inteligências, não afasteis o facho que a clemência divina vos coloca nas mãos para vos clarear o caminho e reconduzir-vos, filhos perdidos, ao regaço de vosso Pai.
Sinto-me por demais tornado de compaixão pelas vossas misérias, pela vossa fraqueza imensa, para deixar de estender mão socorredora aos infelizes transviados que, vendo o céu, caem nos abismos do erro. Crede, amai, meditai sobre as coisas que vos são reveladas; não mistureis o joio com a boa semente, as utopias com as verdades.
Espíritas! Amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo.
No Cristianismo encontram-se todas as verdades; são de origem humana os erros que nele se enraizaram. Eis que do além-túmulo, que julgáveis o nada, vozes vos clamam: Irmãos! Nada parece. Jesus Cristo é o vencedor do mal, sede os vencedores da impiedade. O Espírito de Verdade. (Paris, 1860.)

DIÁRIO DE UM MÉDIUM

Quando, por solicitação de amigos, penetramos o quarto de Alfredo Lúcio, para acudi-lo no processo de desencarnação, o diário que o tempo amarelecera estava aberto e podíamos ler, em trechos curtos, a história de sua experiência. 22 de outubro — Nesta noite inesquecível de 22 de outubro de 1923, faço minha profissão de fé. Acompanhei reunião íntima no Centro Espírita Vicente de Paulo, na rua Tavares Guerra, 74, aqui no Rio, e pude ouvir a palavra de minha mãe que eu supunha morta. Ela mesma. Falava-me pelo médium, como se estivéssemos em nossa casa do Méier. Chorei muito. Estou transformado. Sou agora espírita. Peço a Deus me abençoe os votos solenes de trabalhar pela grande causa. 23 de outubro — Tentei a mediunidade escrevente e consegui. Maravilhoso!
A idéia me escorria da cabeça com a mesma rapidez com que a frase escrita me saía da mão. Recebi confortadora mensagem assinada por D. Amélia Kartley Antunes Maciel, a Baronesa de Três Serros, que foi companheira de infância de minha mãe. Aconselhou-me a aperfeiçoar a mediunidade, a fim de cooperar na evangelização do povo. Sim, sim, obedecerei... 24 de outubro — Procurei o confrade Sr. Augusto Ramos, da Diretoria do Vicente de Paulo, na Ponta do Caju, e falei-lhe de meus planos. Encorajou-me. Foi para mim valioso entendimento espiritual. Quero servir, servir. 25 de outubro — Congreguei vários irmãos no Centro, em animada conversação sobre os desastres morais. A imprensa está repleta de casos tristes. Suicídios, homicídios. Comentamos o imperativo da mediunidade apostólica. É muito sofrimento nascido da ignorância! Deus de Bondade Infinita, darei minha vida
pelo esclarecimento dos meus irmãos em Humanidade!... 26 de outubro — Avistei-me hoje com o Sr. Leopoldo Cirne e sua estimada esposa, na residência deles próprios. Foram amigos de D. Amélia. Oramos. A baronesa comunicou-se, exortando-me ao cumprimento do dever. Convidou-me a estudos
sérios. O Sr. Cirne falou-me, bondoso, quanto à necessidade do discernimento. 27 de outubro — Continuo a trabalhar ativamente na psicografia. 10 de novembro — O presidente de nossa casa espírita ponderou comigo que é importante não acelerar o desenvolvimento mediúnico. Entretanto, não concordei. A ignorância e a dor esperam por mensagens do Alto. Nas últimas seis noites, recebi
páginas e páginas do Espírito que se deu a conhecer como sendo Filon, de Atenas, desencarnado na Grécia Antiga. Disse-me que tenho grande missão a cumprir. 2 de dezembro — É tanta gente a falar-me sobre estudo, que deixei de frequentar o Centro... Preciso trabalhar, trabalhar. Filon está escrevendo quatro horas diariamente, por meu intermédio. Está preparando dois livros, através de minhas faculdades. Sim, ele tem razão. O mundo espera, ansioso, a evidência do Plano Espiritual.
1º de janeiro — Entrei no Ano Novo psicografando. 29 de janeiro — Apresentei ao Sr. Leopoldo Cirne os frutos de meu trabalho. Dois livros assinados pelo Espírito Filon. Um romance e um manual de meditações evangélicas. O Sr. Cirne pediu-me procurá-lo na semana próxima. 5 de fevereiro — Grande decepção! O Sr. Leopoldo Cirne falou-me francamente. Admite que eu esteja sendo ludibriado. Reconhece as minhas qualidades mediúnicas, mas pede que eu estude, afirmando que os livros de Filon são fracos. Acha que é cedo para eu pensar em publicação de livros, que devo amadurecer em conhecimento e experiência para colaborar seriamente com os bons Espíritos. Despedi-me, desapontado... 6 de fevereiro —Procurei o Dr. Guillon Ribeiro, da Federação Espírita Brasileira, que me recebeu cortês, em sua própria casa. Entreguei-lhe os meus originais
mediúnicos, rogando opinião. 20 de fevereiro — Voltei ao Dr. Guillon Ribeiro. Devolveu-me as mensagens, referindo-se, paternal, ao perigo das mistificações e à necessidade de critério, na apresentação de qualquer assunto espírita. Declarou que tenho promissora mediunidade,
embora ainda muito verde, e asseverou que devo preparar-me à frente do futuro. Um rapaz, que se achava junto dele, falou em obsessão. Informou que um médium pode ser atacado, sem perceber, pela influência de Espíritos inferiores, assim como planta suscetível de ser assaltada por pragas silenciosas. Compreendi claramente que o moço me considerava obsidiado. Uma ofensa! Saí revoltado. Começo a desiludir-me. 4 de abril — Estou desolado. Ouvi hoje o Sr. Ignácio Bittencourt, pela quarta vez numa semana. Já tenho quatro novos livros do Espírito Filon, mas o Sr. Bittencourt, que os leu, está do contra. Recomendou-me estudo. Deu-me conselhos. Parece que o homenzinho quer entrar em minha vida. Falou-me em reforma íntima, como se eu fosse um criminoso em regeneração. 6 de abril — Conversei com D. Retília, médium experiente, em casa de D. Francisca de Souza, depois de reunião familiar. Parece que ela me viu na conta de uma pessoa irresponsável, pois ofereceu-me longa lista de instruções, explicando que preciso reajustar-me. E falou também na necessidade de estudo... 8 de abril — Não aguento. Qualquer espírita que me encontra, ao invés de
ajudar- me, só me fala em estudo e discernimento, em discernimento e estudo... Serei alguma criança? Arre com tanta ponderação!... Se mediunidade é serviço em que devamos atender as exigências de todo mundo, não nasci para ser cachorro de ninguém! Todos os espíritas se julgam com direito de me advertir e reprovar! Sou um homem sensível... Não posso mais!... Via-se que o livro de notas fora abandonado por muitos anos. Entretanto, logo em seguida aos apontamento mencionados, estava escrito em tinta fresca: 6 de setembro de 1959 — Ó amado Jesus, quero abraçar agora a luz da
mediunidade de que desertei, há mais de trinta anos! Quero cumprir a minha tarefa, Senhor! Perdoa-me o tempo perdido. Dá-me algum tempo mais! Preciso de mais tempo, Mestre! Socorre-me! Levanta-me as forças! Prometo servir à verdade durante o resto de minha vida! Mas o veículo orgânico de Alfredo Lúcio não conseguira esperar pela concessão, pois, finda a nossa rápida leitura, mal tivemos tempo para ajudá-lo a sair do corpo, cujos olhos congestos se fecharam pesadamente para o sono da morte. 






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