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segunda-feira, 11 de maio de 2015

Prática
Conteúdo: Irradiação Mental

> Conceituar irradiação mental.
> Destacar a sua importância na reunião mediúnica.
> Realizar exercícios de irradiação mental.

O exercício de irradiação mental, também denominado mentalização ou irradiação à distância, visa:

a) estimular o estudante da mediunidade a fazer expansões do pensamento — fundamentadas nos princípios da ideoplastia, ensinados por Allan Kardec —, por meio da ação da vontade.
b) destacar a importância dessas expansões mentais, para benefício próprio, e para a manutenção da harmonia da reunião mediúnica.

SUGESTÕES DE EXERCÍCIOS DE IRRADIAÇÃO MENTAL

A finalidade do exercício de irradiação mental é desenvolver a expansão do pensamento e dos fluidos, produzindo ideoplastias (ou imagens mentais), base das irradiações mentais, sob o controle da vontade. É importante considerar o seguinte: a) se necessário, associar uma prece às irradiações mentais; b) pode-se colocar uma música suave, tocada em surdina, durante a irradiação. Não
se trata, porém, de uma exigência, evitando-se, a propósito, a dependência de só se fazer irradiações mentais com música; c) evitar qualquer tipo de práticas divorciadas da orientação espírita (posições corporais, respiração intencionalmente ritmada ou ofegante, uso de incenso etc.); d) as irradiações não devem ser prolongadas: cinco minutos, no máximo; e) não realizar, em hipótese alguma,
desdobramento da personalidade, ou entrar em transe mediúnico, uma vez que a finalidade do exercício é desenvolver a expansão mental e fluídica, em apoio à harmonização íntima; f) as irradiações, como a prece, podem ser feitas no lar, fora da Casa Espírita.

1. APRENDENDO A FAZER IRRADIAÇÕES MENTAIS

Roteiro:
• Os participantes acompanham, mentalmente, as irradiações que o monitor propõe em benefício da paz mundial, por exemplo. Evitando qualquer tipo de dispersão visual, os participantes devem manter os olhos fechados, criando e irradiando as próprias imagens mentais.
• Ao final, o monitor ouve as impressões dos participantes, esclarecendo possíveis dúvidas.

2. APRENDENDO A FAZER IRRADIAÇÕES MENTAIS

Roteiro:
• Os participantes indicam um tema para a irradiação mental: paz mundial, regiões com conflitos bélicos, um doente etc.
• O monitor inicia a irradiação, fazendo-a por brevíssimo tempo. Em sequência, quatro ou cinco participantes (previamente selecionados), colaboram na realização do exercício.
• Ao final, o monitor ouve as impressões dos participantes, esclarecendo possíveis dúvidas.

3. IRRADIAÇÕES APÓS OBSERVAÇÃO ATENTA DE UMA FIGURA

Roteiro:
• Os participantes observam atentamente uma figura projetada pelo monitor, por exemplo, uma paisagem.
• Em seguida, fecham os olhos, fazendo irradiações silenciosas, tendo como base a figura anteriormente observada.
• Concluído o exercício, os participantes relatam os sentimentos e os pensamentos projetados, suscitados pela figura.

4. IDENTIFICANDO IDEOPLASTIAS EM COMPOSIÇÕES MUSICAIS

Roteiro:
• O monitor conta aos participantes a seguinte história, que estaria relacionada à composição Sonata ao luar, de Beethoven: “Beethoven teria composto esta sonata em homenagem a uma pessoa, cega desde a juventude. Conta-se que, durante uma viagem, o compositor e demais companheiros, foram surpreendidos por uma tempestade que causou estrago no eixo de uma das rodas da carruagem que os transportava. Sem condições de prosseguir, buscaram abrigo numa residência situada próxima ao local do acidente. A dona da casa, uma senhora cega, os acolheu com alimento e hospedagem. Beethoven, em especial, mostrou-se sensibilizado com a cegueira da gentil e distinta anfitriã, talvez porque ele mesmo possuísse severa deficiência auditiva. Sabendo que a grande tristeza daquela senhora não era a cegueira, propriamente dita, mas a incapacidade de não poder apreciar uma noite de luar, como fazia nos saudosos anos da infância, Beethoven, então, compôs a belíssima peça musical, em homenagem a ela. No entanto, há quem diga que Beethoven compôs essa poética melodia
inspirando-se no luar sobre o lago Lucerna, na Suíça. Na verdade, trata-se de uma composição impregnada de ideoplastias positivas, que têm o poder de nos transportar para um recanto de paz e beleza”.
• Após o relato da história, os participantes escutam a música Sonata ao luar, e, com os olhos fechados, procuram captar imagens e sentimentos que a bela composição musical transmite.
• O monitor ouve os relatos dos participantes sobre as ideoplastias captadas da música.

Atividade Complementar - Resumo Informativo

> Realizar resumo informativo das obras espíritas selecionadas.
> Fazer apresentação do resumo realizado em dia, hora e local pré-estabelecidos.

O resumo informativo das obras espíritas, abaixo relacionadas, deve seguir as Considerações Gerais para a realização das atividades complementares.

RESUMO INFORMATIVO DE:

O que é o Espiritismo, de Allan Kardec.
• Capítulo II: Noções elementares de Espiritismo.

O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec.
• Capítulo XIX: Do papel dos médiuns nas comunicações espíritas.
• Capítulo XX: Da influência moral do médium.

• Capítulo XXI: Da influência do meio.

Roteiro:
A prática da caridade e do perdão como normas de conduta espírita

COMO TRATAR MÉDIUNS

Você pergunta a mim, Espírito desencarnado, qual a maneira adequada de tratar os médiuns. Alega que muitos passaram por seu clima individual, sem que pudesse compreendê-los. Começam a tarefa, entusiásticos, e, lestos, abandonam a sementeira. Alguns sustentam o serviço por algum tempo; outros, contudo, não vão além de alguns meses. Muitos se afastam, discretos, recuando
deliberadamente, ao passo que outros tantos resvalam, e monte abaixo, atraídos por fantasias tentadoras.
Afirmando seu amor à Doutrina que nos irmana agora, você indaga com franqueza: como tratar essa gente, para que o Espiritismo não sofra hiatos nas demonstrações da sobrevivência?
Não tenho pretensões a ensaísta de boas maneiras. Malcriado quanto tenho sido, falece-me recurso para escrever códigos de civilidade, mesmo no “outro mundo”.
Creio, todavia, que o médium deve receber tratamento análogo ao que proporcionamos a qualquer ser humano normal.
Trata-se de personalidade encarnada, com obrigações de render culto diário à refeição, ao banho e ao sono comum. Deve atender à vida em família, trabalhar e repousar, respeitar e ser respeitado. Não guardará o talento mediúnico, à maneira de enxada de luxo que a ferrugem carcome sempre, mas evitará a movimentação intempestiva de suas faculdades, tanto quanto o ferreiro preserva a bigorna. Cooperará, com satisfação, no esclarecimento dos problemas da vida, junto aos estudiosos sinceros; todavia, não entregará seus recursos psíquicos à curiosidade malsã dos investigadores sem consciência, detentores de leviandade incurável, a pretexto de colaborar com os cientistas do clube dançante, que vazam comentários acadêmicos, entre um sorriso de mulher bela e uma dose de aguardente rotulada de uísque.
Esta é uma definição sintética que me cumpre fornecer, de passagem; entretanto, já que você se refere ao amor que assegura consagrar ao Espiritismo edificante, conviria sondar a própria consciência.
Realmente, são inúmeros os companheiros que se precipitam da tarefa mediúnica ao resvaladouro do desencanto e do sofrimento, como andorinhas de vôo alto, atiradas, semimortas, do firmamento ao bojo escuro do abismo.
Vemos, no entanto, que se os pássaros, algumas vezes, descem ao círculo tenebroso, sob o fascínio de perigosa ilusão, na maioria dos casos caem mutilados sob golpes de caçadores inconscientes.
Doloroso é dizer; contudo, quase todos os médiuns são anulados pelos próprios amigos, sem maior consideração...
O plano superior traça o programa de trabalho, benéfico e renovador.
O funcionário da instrumentalidade concorda com os seus itens e dispõe-se a executá-lo, mas, escancarada a porta do serviço, a chusma de ociosos adensa-se-lhe em torno.
Esqueçamos a fileira compacta dos investigadores e curiosos que transformam em cobaia o primeiro psíquico que lhe cai sob as unhas. As reclamações insaciáveis dos próprios irmãos de ideal são mais venenosas. Identificando-as, somos forçados a reconhecer que os espiritas modernos têm muito que aprender acerca do equilíbrio próprio, antes que o primeiro médium com tarefa definida possa cumprir integralmente sua missão.
O intermediário entre os dois planos move-se com extrema dificuldade para entregar às criaturas terrestre a mensagem de que é portador. Se os adversários gratuitos recebem-no a pedradas de ironia, os afeiçoados principiam por erigir-lhe pedestal envolto em grossas nuvens de incenso pernicioso. O servidor inicia o ministério, quase sempre às tontas, embriagado pelo aroma ardiloso do elogio desregrado. Dentro em pouco tempo, não sabe como situar-se. Os adeptos e simpatizantes da causa se incumbem de convertê-lo em permanente motivo de espetáculo. Quando o exibicionismo não se prende à tentação de convencer os vizinhos, fundamenta-se em supostas razões de caridade. Intensifica-se a luta entre a esfera superior, que deseja beneficiar o caminho coletivo com a projeção de nova luz sobre a noite dos homens, e a arena terrestre, onde os homens cuidam de manter,
com desespero, os seus interesses imediatos na carne. O responsável direto, pela ação mediúnica, raramente segue marcha regular. Se permanece no serviço do ganha-pão digno, os companheiros se encarregam de perturbá-lo, chamando-o insistentemente para fora do reduto respeitável em que procura ganhar a vida com nobreza e honestidade. Se mostra alguma instabilidade na realização, improvisam-se tribunais acusadores, ao redor dele; mas se revela perseverança no bem, surge, com mais ímpeto, o assédio de elementos arrasadores, ansiosos por derrubá-lo. Se permanece no posto, é obrigado a respirar solidão quase absoluta, de vez que as exigências do serviço se multiplicam, por parte dos companheiros de fé, enquanto seus domésticos e afins, em regra geral, dele se afastam, cautelosamente, por não haverem nascido com a vocação de renúncia. Passa a viver, compulsoriamente, as existências alheias, inibido de caminhar na própria rota. É compelido a ingerir,
com o almoço, fluidos de desesperação e inquietude de pessoas revoltadas e intemperantes que o buscam, ostentando o título de sofredores. Debalde namora o banheiro com saudade de água salutar na pele suarenta, porque os legítimos e falsos necessitados da própria confraria lhe a absorvem as
horas, reclamando atenção individual. Trabalha no setor cotidiano de ação sob preocupações e expectativas infindáveis da guerra nervosa. É quando consegue a estação de pouso noturno, alcança o leito de corpo esfalfado e a resistência em frangalhos.
Se o vanguardeiro não retrocede, fustigado pelos demônios da imprudência e da insensatez e se não se faz presa de entidades maliciosas que o conduzem ao palco da “triste figura”, cabe-lhe o destino da válvula gasta prematuramente.
Liga-se o aparelho radiofônico, entretanto, a mensagem chega rouquenha ou não pode enunciar-se. A máquina delicada estala e chia inutilmente. A eletricidade e a revelação sonora continuam existindo, mas o aparelho complicou-se, não pela lei do uso e, sim, pelos golpes do abuso.
Compreende, acaso, o que estou comentando?
A força espiritual e a contribuição renovadora dos missionários da sabedoria vibrarão junto de vocês, todavia, como se exprimirem convenientemente se os interessados perseguem os aparelhos registradores e os inutilizam, através da exaustão e do vampirismo, portadores de enfermidade
e da morte?
Como somos forçados a reconhecer, meu caro, é tão difícil encontrar médiuns aptos a lidarem com os espiritistas do primeiro século de Codificação Kardequiana, como é raro encontrar espiritistas que saibam lidar com eles...

NÃO PERDOAR

Bezerra de Menezes, já devotado à Doutrina Espírita, almoçava, certa feita, em casa de Quintino Bocaiúva, o grande republicano, e o assunto era o Espiritismo, pelo qual o distinto jornalista passara a interessar-se.
Em meio da conversa, aproxima-se um serviçal e comunica ao dono da casa:
— Doutor, o rapaz do acidente está aí com um policial. Quintino, que fora surpreendido no gabinete de trabalho com um tiro de raspão, que, por pouco, não lhe atingiu a cabeça, estava indignado com o
servidor que inadvertidamente fizera o disparo. — Manda-o entrar — ordenou o político. — Doutor — roga o moço preso, em lágrimas –, perdoe o meu erro! Sou pai de dois filhos... Compadeça-se! não tinha qualquer má intenção... Se o senhor me processar, que será de mim? Sua desculpa me livrará! Prometo não mais brincar com armas de fogo! Mudarei de bairro, não incomodarei o senhor...
O notável político, cioso da própria tranqüilidade, respondeu:
— De modo algum. Mesmo que o seu ato tenha sido de mera imprudência, não ficará sem punição.
Percebendo que Bezerra se sentia mal, vendo-o assim encolerizado, considerou, à guisa de resposta indireta:
— Bezerra, eu não perdôo, definitivamente não perdôo... Chamado nominalmente à questão, o amigo exclamou desapontado:
— Ah! Você não perdoa!
Sentindo-se intimamente desaprovado, Quintino falou, irritado:
— Não perdôo erro. E você acha que estou fora do meu direito?
O Dr. Bezerra cruzou os braços com humildade e respondeu:
— Meu amigo, você tem plenamente o direito de não perdoar, contanto que você não erre...
A observação penetrou Quintino como um raio. O grande político tomou um lenço, enxugou o suor que lhe caía em bagas, tornou à cor natural, e, após refletir alguns momentos, disse ao policial:
— Solte o homem, o caso está liquidado.
E para o moço que mostrava profundo agradecimento:
— Volte ao serviço hoje mesmo, e ajude na copa. Em seguida, lançou inteligente olhar para Bezerra, e continuou a conversação no ponto em que haviam ficado.

A CARIDADE, SEGUNDO O APÓSTOLO PAULO

Ainda que eu falasse línguas, as dos homens e as dos anjos, se eu não tivesse a caridade, seria como um bronze que soa ou como um címbalo que tine. Ainda que eu tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência, ainda que tivesse toda a fé, a ponto de transportar os montes, se não tivesse a caridade, eu nada seria. Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos famintos, ainda que entregasse o meu corpo às chamas, se não tivesse a caridade, isso nada me adiantaria. A caridade é paciente, a caridade é prestativa, não é invejosa, não se ostenta, não
se incha de orgulho.
Nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. A caridade jamais passará. Quanto às profecias, desaparecerão. Quanto às línguas, cessarão. Quanto à ciência, também desaparecerá. Pois o nosso conhecimento é limitado, e limitada é a
nossa profecia. Mas quando vier a perfeição, o que é limitado desaparecerá. Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança.
Depois que me tornei homem, fiz desaparecer o que era próprio da criança. Agora vemos em espelho e de maneira confusa, mas, depois, veremos face a face. Agora o meu conhecimento é limitado, mas, depois, conhecerei como sou conhecido.
Agora, portanto, permanecem fé, esperança, caridade, estas três coisas. A maior delas, porém, é a caridade.

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